Primeiro aniversário da queda de Assad celebrado por toda a Síria

Milhares de pessoas encheram as ruas para comemorar a queda do regime de Bashar al-Assad, golpe que fará na próxima segunda-feira um ano.

RTP /
Foto: Mahmoud Hassano - Reuters

A agitarem bandeiras verdes, brancas e negras, o centro das celebrações foi a cidade de Hama, que expulsou as forças fiéis a Assad há um ano e que vive uma atmosfera de “esperança e fé” no futuro do país, de acordo com a Al Jazeera.

As celebrações também se estenderam a Salqin e à capital Damasco, onde a celebração da queda do regime será assinalada na próxima segunda-feira.

Em Idlib, no norte do país, a libertação da cidade foi celebrada com um espetáculo de parapente, adornado com a bandeira da Síria e com o emblema da presidência da República.

O regime de Bashar al-Assad, criticado pelas constantes violações dos Direitos Humanos e esmagamento de qualquer dissidência, caiu após uma ofensiva relâmpago das forças rebeldes, a 8 de dezembro de 2024. Assad e a família seriam acolhidos para o exílio por Moscovo.

Ahmed al-Sharaa, líder da organização islamista sunita Hay'at Tahrir al-Sham, assumiu a liderança do Estado Sírio e tem embarcado em esforços diplomáticos para o reconhecimento do novo governo a nível internacional, assim como o levantamento de sanções para ajudar na recuperação económica do país.

Apesar da atmosfera de “esperança” na comemoração da queda de Assad, o país ainda sofre de instabilidade, sendo contantemente alvo das investidas israelitas no sul e Damasco, havendo ainda a assinalar os confrontos entre as forças do novo Estado e as comunidades alauita e druza.

A comunidade alauita tem sido especialmente visada pelo seu antigo apoio ao regime de Assad - o ex-presidente era de origem étnica alauita -, sendo que os confrontos com a nova estrutura governativa são vistos como ajustes de contas entre a maioria árabe e a minoria alauita.
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